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A janela entreaberta

16:24Unknown




Nunca pensei que ao fechar uma porta alguém pudesse entrar de rompante por aquela pequena janela que deixara entreaberta.
Foi tudo tão rápido e tão discreto não achas?
Mas sejamos sinceros um com o outro, tu cativaste-me desde aquela noite primaveril.
Tudo começou pela troca de olhares tĂ­midos, porque talvez eras o amigo, da amiga de longa data.
Destino ou nĂŁo, jamais nos tĂ­nhamos cruzado antes.
Mas após aquela noite a verdade é que dei por mim, rodeada pela tua presença assídua em todos os lugares em que eu parava.
A tua forma de falar tão única, a tua alegria e disposição contagiante, faria qualquer pessoa querer conhecer-te.
Fomos criando uma amizade pouco a pouco, e de repente já era algo mais fugaz, mas calma não foi apenas física a nossa atração.
Fui muito mais que uma atração, ai se foi.
O carinho com que estávamos a criar uma bela amizade disputou algo mais e foi tĂŁo inevitável que surpreendeu tudo e todos.
Quem diria que tu, logo tu que acabavas de conseguir captar a minha atenção em teu proveito, não é verdade?
Não era suposto teres a minha atenção, eras apenas o amigo da amiga, que agora passava a ser também meu amigo, e que por sua vez me conquistava mais e mais sem que eu percebesse...
Foram tantas as vezes que tentei negar tudo isto, mas quanto mais negava mais queria.
Queria mesmo fugir de ti, fugir debaixo dos teus olhos, e quando dei por mim já estava sobre os teus braços.
Não sei o que me fizeste ao certo, mas acaba por se parecer com um vodu, entrelaçada a ti, mas sabia tão bem.
A cumplicidade era tĂŁo notĂłria que rendi-me, rendi-me a ti, rendi-me especialmente aquela pessoa que conhecera. 
Hoje lembro-me como se fosse ontem de todos aqueles primeiros beijos que demos, lembro-me de todas as conversas que tivemos, meu bem eu lembro-me de tudo o que te diga respeito.
Nenhum de nĂłs queria saber no que iria dar, e deixamos correr o tempo, tempo esse que corria sempre com a sensação de se querer mais e nunca menos de nĂłs. 
Ambos fugĂ­amos de rĂłtulos sobre o que se passava entre nĂłs, nĂŁo achamos necessário porque para nĂłs já deixava de ser eu e tu para ser um nĂłs.
O controlo fugiu das nossas mãos já estávamos mais que nunca entregues um ao outro e no nosso mundo.
O que era simples tornava-se mais complexo, só não achámos que fosse tornar-se complicado continuarmos a caminhar lado a lado.
Superaste as expectativas que coloquei e surpreendentemente tu estavas lá sempre com esse sorriso pronto para me abraçares como ninguém o fez até hoje.
Fizeste de mim a tua rainha, agora Ă© a parte em que isto soa a piroso mas sim, foi exatamente isso, tornaste-me a tua rainha e tenho a prova junto de mim.
-Podia ser tudo lindo e maravilhoso? 
Podia se a tua força fosse equiparada ao que dirias sentir. 
NĂŁo te esqueças que falhaste apenas uma, mas talvez falhaste aquela que Ă© a mais importante: 
A força de continuar.
Medos e incertezas como vês todos temos, ninguém esta livre disso é mesmo assim o sentido da vida.
Saber quebrar barreiras, conquistar etapas e fortalecer-nos de dia para dia mais...
Jamais conseguirás ser feliz se nĂŁo souberes ultrapassar cada escada que a vida te dá.
Tu mais que ninguĂ©m fizeste me acreditar que era possĂ­vel ter uma janela entreaberta.
Se eu soubesse que era tudo tão rápido jamais deixaria aquela mesma abrir-se.

"Talvez seja assim..."

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